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05jul

CONFERÊNCIA “SAÚDE NO PÓS-COVID”: SEGURADORAS ATENTAS ÀS SEQUELAS DO COVID E AO SURGIMENTO DE NOVAS PATOLOGIAS PARA RESPOSTAS EFICAZES

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Conferência “Saúde no Pós-COVID”

 

SEGURADORAS ATENTAS ÀS SEQUELAS DO COVID E AO SURGIMENTO DE NOVAS PATOLOGIAS PARA RESPOSTAS EFICAZES

 

  • OMS estima que cerca de 6% das infeções sintomáticas resultam no denominado “estado pós-COVID-19”. Em Portugal estima-se que sejam  cerca de 336.000 as pessoas com prevalência de Long COVID.
  • Sintomas do Long COVID incluem fadiga, alterações cognitivas e dificuldade em “recuperar a vida normal”.
  • A pandemia causou atrasos no rastreio e início do tratamento de doentes oncológicos e estas situações podem trazer resultados adversos – em Portugal, em 2020, as mamografias de rastreio foram reduzidas em 50%.

 

Lisboa, 5 de julho de 2023 - Decorreu, em Coimbra, a conferência da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), dedicada ao tema “Saúde no Pós-COVID”, com a participação de Filipe Froes, Médico Ex-Membro da Task Force para a pandemia a SARS-CoV-2 (DGS), Ana Luisa Villanueva, Chief Medical Officer da MAPFRE RE, Maria do Carmo Cachulo, Presidente da Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Teixeira Veríssimo, Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e Paulo Cortes, Coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

 

Esta iniciativa debateu as diversas implicações da COVID-19 na atualidade, nomeadamente as que decorrem da redução dos cuidados de saúde no período pandémico e sobre a relevância das próprias sequelas do vírus, abordando ainda alguns cuidados de Prevenção que poderão ajudar a conter estes efeitos.

 

Na sua exposição, Filipe Froes revelou que “a herança da pandemia continua por cá” e que “temos de ter noção das consequências da pandemia”, apresentando as principais sequelas do vírus em doenças cardiovasculares, respiratórias ou mentais, e revelando o surgimento de novas patologias, como o “coração COVID”, “pulmão COVID” ou a “diabetes mellitus”. O especialista alertou ainda para o facto de que, de acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 336.000 portugueses terão Long COVID, com sintomas como fadiga, dificuldades respiratórias ou alterações cognitivas, com implicações sérias na sua vida quotidiana. Referiu ainda não haver tratamento específico para estas queixas e complicações, sendo o melhor tratamento a prevenção e uma integração multidisciplinar.

 

Paulo Cortes apresentou as principais consequências do atraso no rastreio e tratamento das doenças oncológicas durante a pandemia, referindo que “em Portugal, em 2020, as mamografias de rastreio foram reduzidas em 50%”, porque muitos doentes optaram por não procurar cuidados médicos ou por não participar em programas de rastreio do cancro durante a pandemia. O médico referiu também que os atrasos ou mesmo os cancelamentos das consultas de rastreio provocaram o atraso do início do tratamento, com prejuízo para os doentes, uma vez que “um tempo de espera mais longo para o diagnóstico e o tratamento do cancro contribui para uma maior mortalidade e está correlacionado com um estádio mais avançado da doença entre os doentes com cancro da mama, por exemplo.” tempo

 

Numa outra perspetiva, Ana Luisa Villanueva partilhou com a audiência o modo como a COVID afetou o mundo segurador, evidenciando implicações negativas, como mudanças processuais ou alterações das coberturas, mas também outras positivas, como a digitalização, análise de dados e o surgimento de novos produtos, entre outras.

 

Maria do Carmo Cachulo, Presidente da Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia, abordou as implicações da COVID em doentes cardíacos e a importância de uma maior monitorização clínica dos doentes com Long Covid, desconhecendo-se ainda a repercussão a longo prazo desta doença que revela alterações evidentes em alguns exames complementares, nomeadamente RM e Exames de fluxometria.

 

Manuel Teixeira Veríssimo reforçou a importância de aprendermos com esta pandemia, tirando maior e melhor partido de alguns aspetos positivos como a digitalização e destacou o importante papel que os seguros podem ter neste processo.

 

A Conferência foi encerrada pelo Vereador da Câmara de Coimbra, Miguel Fonseca, que destacou o papel que as autarquias tiveram no acompanhamento da pandemia e enfatizou a resiliência do setor segurador neste período e a capacidade rápida de se ajustar e adaptar a uma nova realidade e a novas necessidades.

 

Para José Galamba de Oliveira, Presidente da APS “A pandemia veio acelerar a inovação no setor dos seguros e aumentar a consciência geral da importância do seguro. Mas há agora outros desafios, relacionados com o surgimento de novas patologias associadas à COVID-19 ou ao confinamento, sobre os quais temos de nos debruçar para uma resposta mais eficaz e ajustada às necessidades dos portugueses”. O responsável adianta ainda que “a APS está comprometida na promoção da literacia em saúde, ajudando os cidadãos na sua tomada de decisão, com vantagens a nível da saúde e financeiros”.  

 

A iniciativa enquadrou-se no âmbito do Ciclo de Conferências “Os seguros num mundo em transformação”, que tem como objetivo sensibilizar a população em geral para a importância do seguro, abordando diferentes temáticas relevantes para o setor.

 

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